top of page
Foto do escritorFincatch

Aquisição de criptomoedas: as complexidades do KYC vs. Anonimato


Aquisição de criptomoedas


À medida que o mercado de criptomoedas se expande, a forma como os investidores as adquirem se torna cada vez mais relevante. Um levantamento da Coinbase indica que 31% da população brasileira tem mais de 10% dos investimentos em criptomoedas, e cerca de 55% pretendem investir nesses ativos até junho de 2025.  Com este cenário, especialistas alertam que muitos iniciantes se arriscam ao comprar Bitcoin sem o devido conhecimento sobre os processos de KYC (Know Your Customer) e anonimato digital, o que pode resultar em uma série de consequências. O tema foi assunto de painel durante o BitSampa, evento que reuniu cerca de 4 mil pessoas no último sábado, dia 05 de outubro.


Diego Kolling, head do Bipa Premium, ressalta que “comprar Bitcoin sem KYC requer juntar tudo o que você não sabe sobre anonimato na internet com tudo o que você não sabe sobre como o Bitcoin funciona”. Essa falta de entendimento pode levar muitos a acreditarem que estão operando de forma anônima e segura, quando, na realidade, estão expostos a riscos significativos. Para que uma compra anônima de Bitcoin seja efetiva, é essencial dominar conceitos como o uso de VPNs e pseudônimos. 


Além disso, a compra do criptoativo precisa levar em consideração o ponto de partida e objetivos individuais, uma vez que a questão de ser “com ou sem” KYC na verdade seria comprar “com e sem” essa alternativa, explica Caio Leta, head de pesquisa da Bipa. “Uma questão de em qual parte do funil você está: comprar sem KYC pode assustar e, portanto, impedir muitas pessoas de avançarem na jornada, por julgar ser muito complexo para elas (pois elas precisariam entender outros conceitos primeiro)”. 


Ele faz a analogia do comprar sem KYC com autocustódia, como temas que nem sempre devem ser colocados para todos no começo. “As próximas 50-100 milhões de pessoas a comprar Bitcoin não serão avançadas do ponto de vista técnico - e priorizarão a forma mais prática e simples com KYC pela Bipa; tanto o Bitcoin, como autocustódia e compra sem KYC requerem prova de trabalho”, reforça.


Kolling destaca também que o público de alta renda tende a priorizar preocupações tributárias e legais. “Essas pessoas preferem comprar com KYC, pois têm a necessidade de lidar com um patrimônio complexo, envolvendo ativos brasileiros e internacionais”, afirma. A abordagem legal e segura, segundo Kolling, é sempre mais vantajosa, uma vez que “quem possui patrimônio tem uma barganha jurisdicional, onde vários países do mundo querem recebê-lo”.


A discussão sobre KYC e anonimato se torna ainda mais pertinente em um contexto em que as autoridades estão se adaptando rapidamente ao uso de criptomoedas. Kolling destaca que “para comprar Bitcoin de forma anônima de verdade, você precisa ter noções de anonimato na internet” e “dominar o Bitcoin suficientemente bem” — habilidades que a maioria dos novos usuários não possui. 


Ele ainda exemplifica um caso recente em que uma juíza negou um pedido da Receita Federal para busca e apreensão de bitcoins, evidenciando que “o estado está aprendendo a lidar com anonimato na internet e o funcionamento do Bitcoin, e está muito mais avançado do que as pessoas que hoje compram”.


Essas reflexões ressaltam a necessidade de uma educação sólida sobre criptomoedas, tanto para iniciantes quanto para investidores experientes. A escolha entre KYC e anonimato não deve ser feita de maneira impulsiva; é fundamental considerar o nível de conhecimento e as implicações legais envolvidas na compra de ativos digitais.

8 visualizações0 comentário

Comentários


Post: Blog2_Post
bottom of page