A Rapyd, fintech líder global que unifica mais de 900 de meios de pagamento digitais, acaba de divulgar o seu 2022 Latin America State of Disbursements Report.
Especificamente em relação ao Brasil, para todas as categorias de “pagamentos a receber” listados na pesquisa - entre elas, salário, pagamento por produtos ou serviços prestados esporadicamente, comissões, aluguéis, empréstimo e até aquela quitação de dívida em família - o brasileiro privilegia a transferência bancária direta (aqui incluído o PIX).
Além de ser o mais comum, esse também é o jeito preferido no Brasil, seguido pelo dinheiro em espécie na maioria dos casos, mas em proporções bem menores. Por exemplo: embora nas categorias “aluguel”, “venda de produto e serviço” e “repasse de amigo ou família", as porcentagens de transferência direta (PIX) e dinheiro vivo sejam praticamente iguais entre os métodos mais comuns, há uma margem grande de preferência pela transferência direta. Isso é, se pudesse escolher, o beneficiário optaria mais vezes pelo PIX do que pelo dinheiro.
Outro caso que aponta a tendência da digitalização é em relação ao tipo de conta. Enquanto entre os métodos mais comuns de recebimento as operações tradicionais entre a população bancarizada (DOC ou TED) aparecem quase sempre à frente das carteiras digitais, quando se trata da preferência a situação se inverte: os entrevistados optaram pelas e-wallets (ferramenta oferecida por muitos neobanks, que não exigem uma conta bancária tradicional), que aparece como preferida em relação a DOC ou TED em quase todas as categorias.
Depois do PIX e do dinheiro, inclusive, as e-wallets já são o 3º método favorito dos brasileiros. E, caso haja curiosidade sobre o cheque, vale dizer que esse método está quase obsoleto, mas ainda ganha alguma visibilidade (mas não passando muito de 10% das menções) no caso de receber algum tipo de auxílio governamental.
De forma geral, os dados apontam que, com o hipercrescimento da região em negócios locais e internacionais, com comércio e prestação de serviços rompendo fronteiras, a região da América Latina está emergindo como um mercado primordial para expansão de relações globais. Empreiteiros, trabalhadores e fornecedores estão buscando formas rápidas e seguras de pagamento e desembolso, conforme preferências locais de quem tem valores a receber.
“Finalmente o mundo está vendo o que sabemos ser verdade há anos – a América Latina é um hotspot para inovação em fintech. Quando se trata de pagar e receber, os consumidores latino-americanos operam com uma mentalidade digital-first – e já adotaram práticas inovadoras que o resto do mundo ainda está adotando. O pagamento e o desembolso localizados nos métodos locais preferidos continuam sendo um dos recursos mais solicitados que estamos vendo em toda a região e nossa pesquisa confirma isso,” afirma o CMO da Rapyd, Marc Winitz.
Enquanto apenas 37% dos consumidores latino-americanos têm uma conta bancária tradicional, 60% se consideram pioneiros e exploradores da tecnologia fintech. Winitz acrescentou: “Essa dinâmica única de mercado cria uma grande oportunidade para empresas regionais e globais que desejam expandir seu alcance e presença em toda a América Latina. Olhando para o futuro, as empresas que têm sucesso e ganham na região precisam entender e acomodar os consumidores da LATAM que esperam receber pagamentos em seus métodos preferidos, com ênfase em velocidade, segurança e proteção de dados.”
Outros destaques sobre o Brasil:
Atualmente, 82% dos consumidores possuem um cartão de débito/caixa eletrônico, 68% possuem conta corrente/bancária e poupança, 67% têm cartão de débito/caixa eletrônico e 27% têm investimento em criptomoedas.
73% dos consumidores brasileiros usaram uma carteira digital nos últimos 30 dias. Apenas 26% usaram um aplicativo de criptomoeda.
38% dos consumidores dizem que gostam de explorar tecnologias "mais inteligentes" que tornam o pagamento/faturamento pessoalmente mais conveniente.
Destaque da América Latina
De modo geral, com mente aberta para as fintechs, os beneficiários da América Latina estão mostrando uma clara preferência por serem pagos via métodos digitais. Alguns números de destaque são:
Quase 40% dos consumidores recebem pagamentos regularmente para trabalhos freelance e gig. Muitos desses trabalhadores temporários podem não ter acesso a contas bancárias tradicionais e estão mais abertos a receber pagamentos digitais diretos no mesmo dia por meio de carteiras eletrônicas ou outros métodos.
Mais de 50% dos entrevistados preferem receber seus pagamentos por transferência bancária direta.
As transferências bancárias diretas também são preferidas para outros pagamentos, como renda de aluguel, reembolsos de impostos, pagamentos de empréstimos e comissões. Ewallets e transferências bancárias são outra maneira preferida de receber pagamentos de presentes pessoais, pagamentos, comissões e muitos outros pagamentos.
Mesmo que esses vários pagamentos digitais aumentem, o dinheiro ainda é uma das maneiras mais comuns de receber pagamentos. Mais de 20% receberam pagamento em dinheiro nos últimos três meses.
Mais de 40% dos consumidores da América Latina se consideram “exploradores” de tecnologia de pagamento inteligente e estão abertos a explorar tecnologias inovadoras. Apenas 13% dos consumidores pesquisados identificaram-se como “retardatários” em relação à sua própria adoção de aplicativos fintech.
À medida que os pagamentos digitais crescem, a segurança se torna cada vez mais importante para os consumidores. Assim, 76% dos consumidores da LATAM dizem que receber pagamentos com segurança é a principal prioridade.
Os outros recursos mais importantes dos métodos de desembolso são receber pagamentos no mesmo dia (61%), receber notificações sobre o status do pagamento (61%) e garantir que os pagamentos cheguem à escolha de pagamento desejada (52%).
Metodologia
Em junho de 2022, a Rapyd conduziu uma pesquisa com 3088 consumidores da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru para entender os hábitos financeiros e escolhas relativas a formas de pagamento nesses mercados. Todos os entrevistados haviam feito pelo menos uma compra online no último mês antes do estudo e tinham representatividade nacional em escala de idade e renda.
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