DREX. Este será o nome oficial do Real Digital, a moeda digital brasileira desenvolvida pelo Banco Central.
Por enquanto, a nova moeda digital está em fase de testes e a expectativa é que chegue ao público até o fim do próximo ano.
Apesar de não possuir um cronograma oficial de lançamento, a ideia não é de hoje. Ainda em 2020 houve o início do estudo para a emissão de uma nova moeda digital. As diretrizes gerais foram divulgadas em maio do ano seguinte, 2021.
O Drex não é de fato uma nova moeda. Na verdade, é uma representação da moeda oficial do Brasil, o Real, em sua forma digital.
Em comparação ao Pix, que é ainda bastante novo no país, o Drex possui peculiaridades importantes de serem apontadas. Com a nova moeda digital será possível comprar e vender títulos públicos, dentre outras possibilidades que o diferencia do Pix.
DREX - o que é
Podendo ser chamada também de Real Digital, o Drex é uma moeda virtual oficial do Brasil.
Diferente do Real, o Drex não tem versão física, como as moedas e as cédulas. No entanto, a moeda digital também é regulamentada pelo Banco Central, ou seja, como o Real, recebe as mesmas garantias da moeda física e permite fazer transações no meio virtual.
Alguns pontos importantes:
- emissão e custódia serão feitas pelo BACEN;
- a distribuição é similar ao Real e intermediada por instituições financeiras como os bancos;
- o foco da nova moeda são as transações financeiras em meio digital, mas poderá ser trocada pelo Real tradicional (notas);
- terá a mesma cotação que o Real;
- os bancos não poderão emprestar os valores a terceiros, depois devolvê-los aos clientes, como atualmente fazem com os valores disponíveis;
- os recursos não possuirão correção automática, ou seja, não haverá remuneração;
- terão garantias como privacidade de operações e seguranças jurídica e cibernética.
Fabio Araujo é o coordenador do projeto e explica que o objetivo é que a moeda digital possa aumentar as possibilidades dos usuários. Produtos já disponibilizados pelas instituições financeiras poderão ser oferecidos com maior variedade e a um custo menor do que atualmente possuem.
O cliente terá acesso à moeda virtual através das plataformas digitais da instituição financeira de sua escolha. A instituição, por sua vez, conseguirá oferecer ao cliente uma variedade maior de produtos, de serviços com custos variados e mais adequados ao perfil de cada usuário.
O atual nome da nova moeda não é à toa. Segundo o BACEN, é a combinação de diversas referências de inovação:
D seria o digital;
R seria de real;
E de eletrônica, representando as plataformas eletrônicas e
X seria para transações.
DREX x Real
Não há diferença entre o Real e o Drex quando falamos das moedas em si. Por isso, inclusive, que o Drex pode ser chamado de Real Digital.
O que diferencia uma da outra é a forma de utilização.
O especialista e consultor, Bruno Diniz aponta que as diferenças são do ponto de vista financeiro. A oferta de uma moeda digital possibilita formas diferentes de operações em blockchain, porque precisam do formato virtual para serem ativadas. Contratos inteligentes (smart contracts), Diniz cita como exemplo.
O DREX funcionaria em contratos inteligentes porque possibilita automatização de operações.
Por exemplo, o caso da compra de um carro entre particulares. O contrato inteligente possibilita que o dinheiro a ser pago pelo carro e a transferência do documento acontecessem de forma simultânea - encerrando o conflito de quem faz qual transferência primeiro.
Esse é apenas um exemplo do tipo de operação que o DREX possibilita.
Diniz ainda salienta que operações financeiras feitas com a moeda digital trazem uma camada extra de segurança e eficiência, para os usuários e para o provedor do serviço, através do emprego da tecnologia blockchain.
Utilidades do DREX
A nova moeda poderá ser utilizada em todas as operações financeiras já conhecidas, segundo o BACEN. Empréstimos, investimentos, seguros, entre outras poderão ser feitas com o DREX.
Além das já conhecidas, novas possibilidades se abrem com a moeda virtual - o contrato inteligente, é um exemplo.
O coordenador Fabio Araújo ainda salienta que a expectativa é que os custos das operações sejam menores com o DREX, o que democratiza o acesso à população.
Uma das diretivas mais importantes da moeda digital é a comunicação transparente e acessível entre diferentes sistemas - a interoperabilidade.
O usuário poderá usar a moeda para fazer diversos pagamentos, mesmo em lojas físicas, através dos aplicativos de suas instituições financeiras, utilizando operações como o pix.
Pode também fazer transferência entre pessoas, saque em agências, depósitos bancários convencionais, pagamento de contas e boletos. Assim como vai possibilitar o acesso a operações inovadoras, as operações tradicionais também serão facilitadas pela nova moeda digital.
DREX x PIX
Enquanto o Drex é uma moeda digital, o Pix é uma operação que possibilita transação instantânea.
DREX x Criptoativos
O Banco Central considera características fundamentais para designar uma moeda: se prestar como meio de troca, reserva de valor, unidade de conta e serem emitidas por autoridades monetárias. Os criptoativos, como o Bitcoin e o Ethereum, apesar de serem ativos financeiros, não são considerados moeda porque não atendem aos elementos essenciais de moeda.
Os criptoativos, ainda reforça o BACEN, tem uma volatilidade muito alta, ou seja, é muito difícil de serem usados como meio de pagamento.
O DREX, no entanto, corresponde às essencialidades e é considerado moeda. O objetivo é que possa dar suporte e oferecer ambiente seguro para que todos os atores do cenário financeiro possam usufruir dos avanços tecnológicos, cada vez mais presentes em todas as transações, de maneira regulada e regulamentada.
Acesso ao DREX
O acesso ao DREX é feito pelo usuário final através de suas carteiras virtuais em sua instituição financeira de escolha. É preciso que o agente financeiro seja autorizado pelo BACEN.
O usuário "entrega" moeda convencional, reais, a quantia que deseja adquirir em moeda virtual e o DREX é emitido de maneira correspondente em sua carteira digital.
O acesso é feito através de instituição financeira autorizada - novas instituições financeiras podem surgir, mas, ainda assim, dependem de autorização do BACEN para que possam intermediar a troca da moeda convencional pela moeda digital.
Custos
Segundo Araújo, coordenador do projeto, é possível que a instituição financeira queira embutir custos de transação para a aquisição da nova moeda digital.
Ressalta, no entanto, que há vantagens. O ambiente digital além da automatização, é mais acessível aos usuários. Além de proporcionar segurança e uma gama maior de transações financeiras. Então, ainda que haja custo de transação, o valor compensa frente às novas possibilidades aos usuários.
Segurança
A nova moeda digital deve proporcionar níveis de segurança e privacidade altos, como os proporcionados nas transações que já são feitas atualmente, segundo o Banco Central.
O acesso deverá ser feito por depósito bancário com tokens. Os tokens são contratos que correspondem à custódia de um ativo; são inscritos eletronicamente e não podem ser modificados.
Fabio Araujo diz que os valores estarão disponíveis através de Tokens para serem utilizados - o correspondente ao valor transferido pelo usuário na instituição escolhida. Assim, é possível evitar problemas e garantir a segurança na nova forma de interação financeira.
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