O Banco Central (BC) está avançando no desenvolvimento do Drex, sua nova moeda digital, prevista para ser lançada em 2025. Com potencial de impactar fortemente a dinâmica das transações financeiras, principalmente no âmbito comercial, a solução promete oferecer uma série de benefícios para a digitalização desse mercado no Brasil, desde a redução de custos operacionais para as empresas até o aumento da praticidade na realização de pagamentos, mas ainda possui alguns desafios pela frente.
Segundo Felipe Negri, CEO do Pinbank, one-stop-bank-provider com um ecossistema completo de soluções financeiras e inteligência fiscal, o maior deles está relacionado à necessidade de uma mudança de mentalidade no setor como um todo. “Assim como o surgimento do PIX alterou a forma como nos relacionamos financeiramente, o Drex provavelmente seguirá o mesmo caminho, mas com mais destaque nas transações comerciais, complementando o papel do Real com mais segurança e eficiência para organizações e clientes”, afirma.
Processo de desenvolvimento
Na primeira fase de testes do projeto do BC, foram avaliados aspectos técnicos e operacionais. Agora, na segunda fase, o foco está em funcionalidades mais complexas, como pagamentos instantâneos e integração com os sistemas financeiros existentes.
Vale destacar que um consórcio liderado pela TecBan, o qual o próprio Pinbank faz parte, também participa dessa testagem. Assim, a empresa pode utilizar antecipadamente ferramentas do sistema financeiro para avaliar a segurança da moeda digital e proteção das operações.
“Os testes são cruciais para ajustar detalhes que certificarão as funcionalidades e a confiabilidade do Drex quando for lançado para o público, inclusive no que diz respeito ao uso responsável e otimizado dos dados dos usuários”, ressalta Negri.
Próximos passos
Mesmo com um alto potencial de inovação, o BC ainda terá que realizar algumas ações para solidificar a solução no território nacional após o seu lançamento. De acordo com o CEO, a educação financeira da população e das empresas do setor é uma delas, já que as operações precisarão ser intermediadas por terceiros, como bancos, instituições de pagamento e fintechs.
“O Drex só entregará todas as vantagens que promete se o mercado financeiro como um todo promover formas para acessibilizar esse serviço”, diz o especialista. “É uma ferramenta que precisa ter a capacidade de atingir qualquer pessoa ou organização. Portanto, os grupos que obtiverem a licença para operá-lo, como será o caso do próprio Pinbank, deverão se tornar parceiros dos seus clientes”, complementa.
Negri reforça ainda que outros países estão testando novas moedas digitais e formatos para implementá-las. Por isso, é essencial que o BC e as instituições financeiras acompanhem as tendências de mercado e realizem melhorias em suas tecnologias e estratégias.
“É importante seguir exemplos de outros mercados financeiros para conseguir realçar as vantagens da economia digital. Com essa lógica de acompanhamento e atualização constante, o Drex será decisivo para oferecer uma nova visão do dinheiro e das relações comerciais a milhões de brasileiros”, conclui.
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