O mercado de criptomoedas está repleto de expectativas elevadas para o segundo semestre de 2024. Analistas do setor preveem que o Bitcoin pode se aproximar ou até ultrapassar a impressionante marca dos 100 mil dólares, enquanto o Ethereum está no encalço de um novo recorde, possivelmente alcançando os 10 mil dólares.
A crescente demanda por ETFs de criptomoedas está desempenhando um papel crucial nesse aumento. Com investidores procurando diversificar seus portfólios, os ETFs oferecem uma maneira acessível e regulamentada de investir em ativos digitais.
Além disso, a contínua guerra entre Rússia e Ucrânia está impulsionando a busca por ativos descentralizados e escassos como refúgio seguro. A incerteza geopolítica está levando muitos a considerar o Bitcoin e outras criptomoedas como alternativas viáveis para proteger seus investimentos.
Outro fator significativo é a influência das eleições presidenciais dos Estados Unidos. Com uma possível vitória de Donald Trump, muitos acreditam que o ambiente regulatório para criptomoedas pode se tornar mais favorável, incentivando ainda mais a adoção institucional.
A redução das taxas de juros nos EUA também contribui para um cenário otimista para as criptomoedas. Com menor atratividade dos rendimentos tradicionais, os investidores estão cada vez mais inclinados a explorar o mercado de criptoativos.
Finalmente, o mercado pode estar à beira de uma nova 'altcoin season', período caracterizado por um aumento significativo no valor de diversas altcoins. Este movimento é esperado devido à combinação de fatores como a adoção institucional crescente e um ambiente macroeconômico favorável.
Segundo Israel Buzaym, especialista cripto do Bitybank, o mercado de criptomoedas tende a ser fortemente guiado pelo bitcoin, que busca seu preço em dólares. Isso ocorre porque o par mais negociado ao redor do mundo é o BTC/USD. “O preço do bitcoin em dólares acaba prevalecendo. As reuniões do Federal Reserve, o banco central americano, têm um impacto significativo em todos os ativos de renda variável, incluindo criptomoedas, especialmente o bitcoin”, afirma Buzaym.
No Brasil, o mercado cripto ainda é pequeno em comparação com outros países, e por isso, não afeta tanto o preço global do bitcoin, embora haja certa influência em termos de volume. “Mesmo que o mercado brasileiro se distancie do preço em dólar, os arbitradores fazem com que os preços se alinhem. Situações específicas, como a crise econômica na Argentina, podem causar distorções locais, mas em condições normais, o preço do bitcoin em diferentes países tende a seguir o preço em dólar”, pontua o especialista.
Buzaym ressalta que as reuniões do Banco Central do Brasil não interferem tanto no preço global do bitcoin. Localmente, elas podem influenciar as decisões dos investidores, como trocar criptomoedas por renda fixa em resposta a mudanças nas taxas de juros. “No entanto, essas movimentações não têm um grande impacto no mercado global, pois os market makers redistribuem a liquidez”, pondera.
Os eventos externos nos Estados Unidos, como crises políticas ou reuniões do Fed, têm um impacto direto no preço do bitcoin em dólar, o que, por sua vez, reflete nos preços locais. “O mercado financeiro brasileiro tem amadurecido bastante nos últimos anos. Exemplos disso incluem iniciativas como a do Nubank, que distribuiu ações para uma grande base de usuários, aumentando a participação na bolsa de valores. A educação financeira também tem se expandido, com muitos influenciadores promovendo a importância do conhecimento financeiro”, diz o especialista.
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