A presença de mulheres em cargos de liderança é um dos critérios do estudo da Fundação Dom Cabral e da Apex Brasil para avaliar a atuação internacional das empresas brasileiras. Denominado ‘Trajetórias Internacionais Fundação Dom Cabral de Internacionalização de Empresas Brasileiras’, o levantamento chega à sua 16ª edição, e contribui na geração de conhecimento relevante sobre o processo de internacionalização das empresas brasileiras.
O protagonismo feminino na Zetra, plataforma de gestão de consignados, é um dos fatores que a colocam em posição de destaque no estudo. Isso demonstra o potencial e a importância da diversidade de gênero nas empresas.
A Zetra conquistou a quarta posição no ranking 'Criação de Valor Internacional - Empresas Lideradas por Mulheres', dentre um total de 28 empresas ranqueadas que se enquadram, de acordo com critérios do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) adotados pelo estudo na categoria de média empresa.
"Essa conquista é reflexo do comprometimento e talento das mulheres que lideram a nossa empresa, e assim continuaremos a impulsionar o crescimento e o sucesso da Zetra no cenário internacional", afirma a presidente executiva, Cristiana Barreto.
A fintech, fundada em 2000 em Nova Lima, é pioneira no Brasil e hoje possui um organograma composto por 13 posições de liderança estratégica, onde seis delas são ocupadas por mulheres. A presença feminina começa na composição societária, com Rosy Araujo, sócia fundadora e integrante do Conselho de Administração, e com Cristiana Barreto, na Presidência Executiva. Além disso, na Diretoria de Recursos Humanos (Aretuza Carvalho), na área Administrativa e Financeira (Ivani Munhoz), de Tecnologia e Operações (Maria Raquel Torres) e de Tecnologia Internacional (Natália Vartuli).
A presença das mulheres em áreas consideradas tradicionalmente masculinas, como finanças e tecnologia, na fintech é um verdadeiro exemplo de superação de estereótipos. Essas mulheres estão quebrando barreiras e mostrando que não há limites para o seu talento e habilidades. Sua presença e sucesso inspiram outras mulheres a buscar carreiras em áreas onde ainda há desigualdade de gênero, fortalecendo a luta pela igualdade e diversidade no mundo corporativo.
Um estudo da consultoria McKinsey mostra que a presença de mulheres no mercado de trabalho e em cargos de liderança pode gerar um aumento de até US$ 12 trilhões no Produto Interno Bruto (PIB) global até 2025. No Brasil, o acréscimo seria de cerca de US$ 410 bilhões.
Acima da média
Pesquisa realizada pela Grant Thornton, empresa global de auditoria, consultoria e tributos, revela que as mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança no Brasil. O resultado representa um avanço significativo comparado a 2019, quando a proporção era de 25%. No topo da lista dos cargos mais ocupados por mulheres aparece a diretoria de recursos humanos, com 43% de participação. Na diretoria executiva, as mulheres marcam posição em cargos na área financeira (34%). Elas ainda ocupam mais cargos de apoio (RH, marketing e finanças) em vez de executivos (CEOs).
Cristiana Barreto observa que a proporção de mulheres em cargos de comando na empresa Zetra está acima da média. O levantamento, que inclui 203 empresas brasileiras de todos os portes, com cerca de 40 atividades econômicas, situadas em 14 estados do Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, aponta que em apenas 15,3% delas há protagonismo feminino na liderança. “Nota-se que a participação de grupos minorizados na liderança das empresas brasileiras internacionalizadas ainda é baixo”, frisa o estudo, citando ainda a baixa presença de pessoas negras e LGBTQIAPN+.
Cristiana Barreto está na Presidência Executiva desde março deste ano. Entretanto, sua atuação na Zetra, inclusive em funções de liderança, remonta há 15 anos. “Ingressei em agosto de 2008, como analista de implantação. Um ano depois, em novembro de 2009, me tornei gerente de implantação. Em agosto de 2017, assumi a Diretoria de Tecnologia e Operação, cargo que exerci até este ano. Ou seja, a empresa sempre foi promotora da equidade de gênero, desde um tempo em que isso ainda não estava devidamente em pauta no mercado e na sociedade”, discorre a executiva.
Por sua vez, Rosy Araujo, antes da condição de fundadora e sócia da Zetra duas décadas atrás, já se colocava como uma desbravadora em ambientes majoritariamente ocupados por homens. Primeiro, cursando Engenharia Elétrica na virada dos anos 1970 para os anos 1980, formou-se em 1984, pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Depois, trabalhou com tecnologia da informação, ocupando inclusive a gerência desse setor na administração pública (Prefeitura de Itabira, em Minas Gerais, a partir de 1995, até assumir o comando da Zetra).
A sócia fundadora da fintech ressalta que a preocupação da Zetra com equidade de gênero se reflete em atitudes e medidas internas, como a promoção de oportunidades equânimes entre homens e mulheres, e em ações externas. Nesse sentido, Rosy Araujo cita a campanha que a plataforma lançou de combate à violência contra a mulher.
“Incluímos em nosso portal de consignações, o eConsig, solução tecnológica pioneira e líder no mercado de consignados, um botão de emergência, para facilitar a denúncia de abusos. O espaço reúne informações como telefones, endereços e canais de atendimento especializados”, explica a executiva. “Não há como falar de equidade de gênero, de mulheres em postos de comando, se não tratarmos também de enfrentar essa que é uma das maiores e mais graves violações de direitos humanos, a violência contra a mulher”, acrescenta.
Presença em outros rankings
Além do ‘Criação de Valor Internacional – Empresas Lideradas por Mulheres’, o estudo ‘Trajetórias Internacionais Fundação Dom Cabral de Internacionalização de Empresas Brasileiras’ traz outros 13 rankings. A Zetra se destaca também no ‘Criação de Valor Internacional – Médias Empresas’, ficando em quarto lugar. Entre as startups, posicionou em quinto.
No ranking ‘Criação de Valor Internacional – Geral’, a Zetra figurou na 22ª colocação, de um total de 167 empresas listadas, superando grandes corporações tradicionais. Mesma posição no ranking ‘Proposta de Valor’. A fintech ficou em 16º no ranking ‘Modelo de Negócios’, 13º em ‘Modelo Organizacional’, 34º em Gestão de Stakeholders.
Saiba mais
O estudo na íntegra pode ser conferido na íntegra no seguinte link: https://trajetoriasinternacionais.fdc.org.br/wp-content/uploads/2023/09/50899_Rel_TrajetoriasFDC_internacionalizacao_2023.pdf.
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