Nos últimos anos, o conceito de Open Finance emergiu como uma força transformadora no panorama financeiro global. Esta abordagem revolucionária, que preconiza o compartilhamento seguro de dados e transações financeiras entre diferentes instituições, promete remodelar a maneira como interagimos com serviços financeiros.
No Brasil, juntamente com o PIX, o Open Finance vem impulsionando o surgimento de novos aplicativos, ferramentas e serviços baseados no compartilhamento de dados financeiros, o que representa uma crescente demanda por talentos capacitados para trabalhar no desenvolvimento e na aceleração destas inovações.
Um grande desafio no segmento de Open Finance, e no mercado de tecnologia em geral, está na contratação de profissionais experientes e qualificados. Em 2020, o número de vagas abertas na área de tecnologia cresceu 310%, de acordo com um estudo da GeekHunter, empresa de recrutamento especializada na contratação de profissionais de tecnologia.
Já no levantamento divulgado pelo Banco Nacional de Empregos (BNE), a quantidade de vagas de emprego na área de Tecnologia da Informação (TI) aumentou 79,6% entre os meses de janeiro e outubro de 2023, na comparação com o período homólogo.
Em contrapartida, um estudo da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) mostra que em 5 anos serão criados quase 800 mil novos postos, mas o Brasil forma pouco mais de 53 mil profissionais de tecnologia por ano – o que deve abrir um déficit de 532 mil pessoas para trabalhar na área.
“Encontrar talentos capazes de combinar conhecimentos técnicos robustos com visão estratégica de negócios é um desafio significativo. O segmento de Open Finance é intrinsecamente complexo, e sua natureza inovadora implica em uma escassez de profissionais com experiência prévia”, afirma o Diretor de Negócios da Lina Open X, Murilo Rabusky. Para o Diretor, muitos profissionais estão atualmente em processo de formação, refletindo o próprio estágio de desenvolvimento e maturação do ecossistema no Brasil.
Os profissionais especializados em Open Finance desempenham uma variedade de funções cruciais nas instituições financeiras. Suas responsabilidades abrangem áreas como tecnologia, compliance, segurança, análise de dados, produtos e relacionamento com clientes.
Na esfera tecnológica, eles estão envolvidos no desenvolvimento de APIs, integrações e processos de certificação, além de contribuírem para a modelagem e análise de dados. Em termos de produtos, são fundamentais na concepção e desenvolvimento de novos serviços com base nas informações disponíveis no ecossistema do Open Finance.
Por outro lado, na esfera comercial e de relacionamento com clientes, os especialistas em Open Finance desempenham um papel crucial no desenvolvimento de estratégias de receita e na identificação de oportunidades de negócios derivadas da inteligência obtida com dados compartilhados no âmbito do Open Finance.
De acordo com Murilo Rabusky, para isso acontecer, é essencial terem um profundo entendimento do negócio e uma visão clara de como o Open Finance pode ser alavancado para impulsionar os resultados da empresa.
Qualificando a mão de obra interna para o Open Finance
Frente à escassez de profissionais disponíveis no mercado, uma prática crescente é investir na capacitação da própria equipe. Diversas instituições financeiras têm direcionado recursos para treinamentos e cursos internos visando aprimorar o conhecimento dos colaboradores que já atuam em áreas afins.
“Alguns bancos estão promovendo o desenvolvimento das habilidades necessárias em todos os departamentos e, se preciso, realocando seus colaboradores para suprir necessidades em diferentes áreas”, comenta Murilo.
Também tornou-se comum ver instituições financeiras estabelecendo parcerias com empresas de tecnologia para complementar o ambiente de trabalho e atender às demandas com agilidade.
“Estamos diante de um mercado altamente inovador, onde as opções para contratação de profissionais com conhecimento e experiência prévia são limitadas. Por isso, a saída é capacitar e investir na formação interna, promovendo cursos, treinamentos e workshops que abrangem as mais diversas áreas, extrapolando o universo da tecnologia , afirma o Diretor de Negócios da Lina.
A escassez de profissionais qualificados representa um grande desafio para diferentes setores da economia, impactando especialmente os segmentos mais especializados e intensivos no uso de tecnologia. No entanto, à medida que mais empresas adotam essa abordagem e investem em iniciativas internas de formação e capacitação de talentos, novas oportunidades surgem e a sociedade como um todo se beneficia.
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