O Banco Central divulgou no início de dezembro o relatório “O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro”, que indica que o Pix ultrapassou o dinheiro como forma de pagamento mais utilizada pela população em 2024. Os dados ao longo dos anos já demonstravam essa possibilidade, com um crescimento constante do Pix desde seu lançamento em 2020. Agora, outras tendências têm sido avaliadas por especialistas, que avisam o mercado e o público para se preparar para o futuro próximo.
A automação de sistemas, as moedas digitais, o Pix por aproximação e até mesmo o uso de smartphones como terminais de pagamento são realidades que devem impactar um número cada vez maior de brasileiros em 2025, de acordo com Leonardo Gomes, CEO da Paytime, startup de soluções de pagamentos digitais. “Estamos em um momento de transformação acelerada e todos os olhos estão voltados para os novos métodos de captação de pagamentos”, afirma.
Reforçando a praticidade que fez com que o Pix conquistasse o país, o Pix por aproximação é um forte exemplo — e já tem sido implementado em alguns locais. Como as máquinas de cartão modernas conseguem receber atualizações remotas, a expectativa é que esse modo de pagar seja cada vez mais aceito, dependendo principalmente da integração dos bancos ser realizada para aceitar a novidade. O mesmo é esperado de ferramentas de automação e do avanço das moedas digitais.
Para sustentar essas mudanças, as fintechs — empresas de inovação no setor financeiro — ocupam o espaço necessário para implementar as novas tecnologias. “É o trabalho das fintechs criar esse ambiente inovador e fortalecê-lo. Ao mesmo tempo, precisamos considerar todos os players do sistema, inclusive os bancos mais tradicionais. As revoluções do setor acontecem por partes”, comenta Leonardo. Conforme cresce a demanda e a pressão pelos novos modelos, mais negócios se adaptam.
Outra tendência que não está tão longe de se tornar uma realidade mais comum são os tap phones, ou seja, um tipo de tecnologia que transforma smartphones em maquininhas de cartão. A partir de um aplicativo, o celular recebe os dados do cartão de crédito ou débito do comprador por aproximação. “O tap phone permite uma redução de custos importante a partir do momento em que não é mais necessário se preocupar com hardware ou com a logística das maquininhas, o que torna o serviço de captação mais barato, com taxas menores. Isso explica o sucesso crescente desse modelo; na Paytime, percebemos um aumento de 10% a 20% ao mês nas transações realizadas dessa maneira”, informa o CEO.
Por fim, mais uma tendência a ser destacada está na proteção antifraudes. O Brasil é o segundo país com maior índice de risco de fraudes, segundo relatório da Visa de 2023, o que o coloca como um terreno fértil de inovações e cuidados no que diz respeito à segurança digital. As ferramentas mais atuais avaliam uma série de fatores para definir se há suspeitas, desde o movimento do mouse e teclado para descobrir se os dados do cartão foram copiados, até o tempo que o consumidor leva para digitar em relação ao seu histórico de compras.
Leonardo ressalta que os clientes são os que menos precisam se preocupar, visto que os bancos são responsáveis por ressarcimento no caso de clonagem e roubos. Da mesma forma, o público é quem pode esperar pelos maiores benefícios das novas tecnologias adentrando o mercado. “Todas essas tendências se encontram no mesmo objetivo, que é tornar o pagamento mais ágil e seguro para o consumidor. Seja com maquininhas, celulares ou online, o futuro do pagamento vai se tornar cada vez mais simples e prática”, conclui o CEO.
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