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Qual a relação do Brasil com as criptomoedas?


criptomoedas


O Brasil é pioneiro na adoção de inovações: é o segundo maior mercado de fintechs da Latam, lidera em número de smartphones por habitante, é o quinto país com mais usuários de internet no mundo e o segundo maior quando se trata de tempo gasto em frente à tela. Então, por que uma população tão aberta à tecnologia muda de postura quando o assunto são as criptomoedas?


Medo e Insegurança


Embora o Brasil tenha um ecossistema de criptomoedas bastante significativo, ficando atrás apenas da Argentina, com 24% e 31%, respectivamente, 42% dos entrevistados pela Sherlock afirmam não investir em criptoativos devido a dúvidas em relação à segurança de seus fundos.


Logo após o aumento da popularidade das criptomoedas, casos de golpes envolvendo ativos digitais ganharam destaque na grande mídia devido à proporção expressiva dos prejuízos causados. Nos últimos cinco anos, cerca de 4 milhões de brasileiros perderam aproximadamente R$40 bilhões. Nomes famosos, como Sasha Meneghel, Gustavo Scarpa e Rafael Portugal fazem parte dessa lista. O fato de que, semanalmente, golpes e fraudes ocupam espaço no noticiário ainda assusta os brasileiros, e com razão. 


“Ao falarmos sobre criptomoedas durante um almoço de família ou em uma mesa de bar, é comum ouvir expressões como ‘Isso é seguro?’ ou ‘É melhor você tomar cuidado’. Se cada vez que alertarmos a população sobre golpes, ensinássemos a preveni-los, faríamos um trabalho melhor”, diz César Félix, gerente de CX da NovaDAX.


Falta de Conhecimento e Informação


Na América Latina como um todo, o sentimento predominante é o da desinformação e da falta dela. Cerca de metade (49%) dos não usuários de cripto, dizem não investir devido à falta de conhecimento e das dúvidas sobre o assunto. No Brasil, o dado é o mesmo: 49% dizem que investir em criptomoedas é confuso demais. Mesmo assim, o Brasil ainda tem o menor índice de pessoas que não confiam em criptomoedas na América Latina (11%), contra 12% da Argentina, 17% no Chile e 20% na Colômbia.


Da mesma forma, 47% dos entrevistados na América Latina afirmaram que poderiam mudar de ideia quanto a investir em cripto se tivessem melhores informações e entendessem mais sobre o assunto. No recorte para a população brasileira, esse número é ainda maior: 65% dos entrevistados mudariam de ideia se tivessem mais informações, e 41% se conhecessem uma plataforma realmente fácil de usar.


“Não é de hoje que a educação é vista como a principal chave para a adoção em massa das criptomoedas e um pilar importantíssimo para o desenvolvimento da indústria como um todo. A conscientização da população quanto aos riscos e benefícios dos ativos digitais deveria ser um compromisso público e um trabalho contínuo”, completa César.


Desigualdade Social


Assim como a falta de conhecimento e a sensação de insegurança, a falta de dinheiro para investir também aparece como um dos principais motivos para aqueles que ainda não investem em criptomoedas. No Brasil, 32% afirma não ter dinheiro o suficiente para investir, contra 33% na Argentina, 30% no Peru e 28% na Colômbia. 


Segundo estudos, a renda média anual de um investidor do setor de criptoativos é de US$ 25 mil (R$ 136 mil, na cotação atual), e 71% dos investidores de criptomoedas possuem formação universitária. 


César Félix explica: “Isso significa que boa parte dos brasileiros já não se encaixa nesse padrão, pois a renda média no Brasil é de R$1.848 ou R$22.176 anuais, e menos de 25% possuem ensino superior. O Bitcoin surgiu com o conceito de ser uma moeda universal e que pode ser usada por qualquer pessoa. Democratizar o acesso, facilitar seu uso, ter interfaces mais amigáveis e fazer esforços contínuos na propagação de conhecimento sobre criptoativos é o mínimo que podemos fazer”.


Regulamentar para Aceitar


Outro ponto importante que faria as pessoas mudarem de ideia quanto a investirem ou não em criptoativos é a regulamentação. No Brasil, 21% afirma que poderiam investir se as criptomoedas fossem totalmente regulamentadas, com 22% no México e 25% na Colômbia.


Aqui no País, o processo de regulamentação ainda está em fase de estruturação junto ao Banco Central, mas alguns efeitos imediatos já foram implementados, como as mudanças no Código Penal, com penalidades mais duras para o crime de estelionato de lavagem de dinheiro especializado em ativos virtuais, além da instauração de regras para a atuação de exchanges no Brasil.


“À medida que o mercado de criptomoedas cresce, a necessidade de regulamentação também se torna evidente. Para alcançarmos as pessoas é preciso que elas se sintam seguras e amparadas por órgãos que garantam seus direitos caso haja a necessidade”, acrescenta César Félix.

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