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O movimento Fintech, que começou a ganhar força na última década, tem transformado profundamente o setor financeiro. A palavra "FinTech" é a combinação de "financial" e "technology", e representa empresas que usam tecnologia para oferecer serviços financeiros de maneira mais eficiente, acessível e inovadora.
O movimento Fintech surgiu como uma resposta às ineficiências do sistema financeiro tradicional, como altos custos de transação, lentidão em processos e falta de acessibilidade para uma grande parcela da população. Com o avanço da tecnologia, como a popularização dos smartphones, a digitalização dos serviços financeiros começou a se expandir rapidamente.
Empresas como PayPal, que começou oferecendo pagamentos online no final dos anos 1990, foram pioneiras, mas a verdadeira explosão do movimento ocorreu após a crise financeira de 2008, que gerou desconfiança em relação aos bancos tradicionais. Nesse contexto, startups Fintech passaram a ganhar espaço ao oferecer soluções inovadoras, com foco na experiência do usuário e em menores custos.
As Fintechs atuam em diversas áreas, trazendo inovação para diferentes setores da economia. Entre os principais segmentos estão:
Pagamentos e Transferências: Empresas como Nubank, Revolut e PicPay facilitam pagamentos e transferências, eliminando a burocracia dos bancos tradicionais.
Crédito e Empréstimos: Plataformas como Creditas oferecem crédito de forma mais rápida e com menos requisitos do que instituições financeiras convencionais.
Investimentos: Aplicativos como o Warren democratizam o acesso a investimentos, permitindo que pequenos investidores diversifiquem suas carteiras com custos reduzidos.
Seguros (Insurtechs): Startups como a Pier inovam no setor de seguros, oferecendo planos personalizados e atendimento mais ágil.
Crowdfunding e Peer-to-Peer Lending: Plataformas como a Kickante ou o Nexoos facilitam a captação de recursos para empreendedores e investimentos colaborativos.
O movimento Fintech é global. Em mercados emergentes, como o Brasil, as Fintechs estão desempenhando um papel crucial na inclusão financeira de milhões de pessoas que não tinham acesso a serviços bancários. Vemos por aqui o crescimento de empresas como Nubank, Stone e PagSeguro de maneira impressionante, desafiando o domínio de grandes instituições financeiras. Recentemente divulgamos nosso mapeamento, que já ultrapassou a marca de 2.048 fintechs! Em relação aos investimentos, de acordo com o Distrito Fintech Report 2024, mais de US$ 10 bilhões foram investidos em fintechs brasileiras. Na Colômbia, o Finnovista Fintech Radar Colombia 2023 mapeou 368 fintechs. No Chile, de acordo com a Finnovista, em 2023 já eram mais de 485 fintechs. E na Argentina, de acordo com a Cámara Argentina Fintech, são ao menos 330 fintechs.
Ainda nas Américas, mas desta vez na América do Norte, temos dados números elevados, de acordo com o State of the Fintech Union 2024: o Canadá com ao menos 4,5 mil fintechs (eram 665 fintechs em 2019, de acordo com The Canadian Fintech Ecosystem Map!) e os Estados Unidos, com mais de 39 mil fintechs. Por lá, estas empresas captaram investimentos, entre 2019 e até o momento, na faixa de US$ 218 bilhões. E no México, de acordo com a Finnovista, em 2023 já eram mais de 650 fintechs.
Olhando para outros ecossistemas, a coisa não é diferente. O Reino Unido conta com mais de 14,5 mil fintechs, que já captaram mais de US$ 71 bilhões desde 2019, de acordo com o State of the Fintech Union 2024.
A França conta com ao menos 1.145 fintechs, de acordo com mapeamento da France Fintech. Em relação aos investimentos, até outubro as fintechs francesas já captaram 1 bilhão de euros, número que já ultrapassou o que foi captado ao longo de todo o ano de 2023. De 2015 a outubro de 2024 estamos falando de mais de 9,7 bilhões de euros!
Na Itália, de acordo com o Italin Fintech Map 2024, são mais de 622 fintechs, sendo que destas, 109 são do meio d seguros (Insurtechs). As fintechs italianas captaram 174 milhões de euros no ano passado.
Mesmo em países com populações menores, como é o caso de Portugal (representa cerca de 5% da população brasileira), as fintechs também aparecem com boa proporção. De acordo com o Portugal Fintech Report 2023, o país conta com mais de 91 fintechs. As soluções por lá já captaram mais de 1,1 bilhão de euro.
Outro caso interessante é o da Suíça, país popularmente conhecido pelas instituições financeiras e que, assim como Portugal, também tem uma população menor (cerca de 4% da população brasileira). Por lá, de acordo com o Fintech Map, são ao menos 516 fintechs!
Confira mais alguns casos de países da União Europeia, de acordo com a EU Digital Finance Platform: Austria (96), Bulgária (34), Croácia (15), Chipre (70), Dinamarca (142), Estônia (131), Finlândia (91), Alemanha (838), Grécia (19), Hungria (39), Lituânia (95), Malta (46), Holanda (399), Noruega (7), Polônia (169), Romênia (52), Eslováquia (22), Eslovênia (13), Espanha (323), Suécia (315). Na Irlanda, de acordo com o Fintech Ireland, são ao menos 76 fintechs autorizadas. Luxemburgo conta com mais de 200 fintechs,de acordo com The LHoFT. Bielorrússia conta com 101 fintechs, de acordo com o FTh. E a Bélgica conta com mais de 211 fintechs, de acordo com Fintech Belgium.
Mudando de continente, na Ásia os números também chamam a atenção. De acordo com o State of the Fintech Union 2024, os grandes destaques são Índia e China. Na Índia, são mais de 12,3 mil fintechs, que captaram mais de US$ 26 bilhões de 2019 até o momento. Na China, são mais de 4 mil fintechs, que no mesmo período receberam mais de US$ 13 bilhões em investimento.
Olhando outros países do continente, temos o caso de Israel, um pequenos país mas que conta com ao menos 278 fintechs, de acordo com relatório da Viola. Por lá, os investimentos atingiram mais de US$ 7,7 bilhões em 2023. De acordo com o Fintech News Singapore, seguem números de 2023: Cingapura (700), Malásia (313), Hong Kong (393), Filipinas (299), Indonésia (322), Vietnã (115), Tailândia (107), Emirados Árabes (144).
Na Oceania, temos a Austrália com pelo menos 291 fintechs, de acordo com o Fintech Austrália e a Nova Zelândia, com 414 fintechs, de acordo com o FinTechNZ.
E na África, temos por exemplo o caso da Nigéria, com 254 fintechs mapeadas em 2023, de acordo com o Nigeria Fintech Map 2023. O Findexable traz números de fintechs em outros países do continente: África do Sul (123), Quênia (70), Egito (29), Gana (26), Uganda (51), Zimbabwe (8), Tanzânia (9), Moçambique (5), Botswana (1), Zâmbia (2), Ruanda (11), Somália (6), Etiópia (8), Camarões (7), Costa do Marfim (3), Serra Leoa (1), Senegal (7), Mali (2), Argélia (2), Marrocos (5), Tunísia (6), Burkina Faso (1), Benin (3),
O futuro das Fintechs, sem dúvidas, é cada vez mais promissor, com tendências apontando para uma maior personalização dos serviços financeiros, o uso de inteligência artificial para análises mais precisas e um foco crescente em sustentabilidade e impacto social. A integração com tecnologias emergentes como blockchain e criptomoedas também pode remodelar o setor financeiro nos próximos anos.
Por fim, o movimento Fintech está mudando a maneira como pensamos sobre dinheiro, investimentos e acesso a serviços financeiros, oferecendo mais transparência, agilidade e inclusão em um setor que, historicamente, foi marcado por complexidade e exclusão.
Esse cenário de inovação contínua e potencial de crescimento coloca as Fintechs no centro da revolução financeira mundial. Trouxemos aqui números de fintechs mapeadas presentes em diferentes países. Olhando o mundo como um todo, logo devemos chegar perto da marca das centenas de milhares de soluções. Para você ter uma noção, em 2018 eram cerca de 12,1 mil, de acordo com o Demandsage. De 2012 até 2023, em nível mundial, essa indústria já captou mais de US$ 1,3 trilhão!
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