Meio de pagamento “queridinho” do brasileiro, o cartão deverá bater, em 2024, a marca histórica de R$ 4 trilhões movimentados no ano, de acordo com dados da Núclea, referência em soluções de infraestrutura em transações digitais e inteligência de dados no Brasil. Trata-se de um mercado vigoroso, que tem crescido a um ritmo de dois dígitos nos últimos anos. Em 2023, atingiu a marca de R$ 3,7 Trilhões e, no primeiro trimestre de 2024, cresceu 11% na comparação com o mesmo período do ano passado em termos de volume de recursos transacionados.
Em um cenário de crescimento consistente do uso de cartões, as próprias empresas do setor têm investido nos incentivos para os usuários, como a fidelização por meio dos programas de pontos e de outros benefícios agregados. O uso dos cartões é acompanhado por recursos avançados de prevenção às fraudes conhecidas do público e consolidadas no mercado.
“Esta é uma indústria bastante robusta, que contempla um dos meios de pagamento mais populares do mundo e uma série de negócios que giram em torno dele, como recursos antifraude, fidelização, conciliação, entre outros. Usar o cartão possibilita uma relação de ganha-ganha entre quem paga, quem recebe e quem negocia o crédito. É a chave da economia brasileira, com grande possibilidade de crescimento”, analisa o Superintendente Executivo de Negócios da Núclea, Lucas Sancassani.
O movimento alto de uso dessa modalidade de pagamento vem acompanhado de oportunidades para o mercado de crédito, sobretudo para a Antecipação de Recebíveis de Cartão e para o Crédito com Garantia de Recebíveis de Cartão.
A primeira é uma linha que beneficia primordialmente as pequenas e médias empresas e tem crescido nos últimos anos. “Observamos que o crescimento vem acompanhado de uma melhora no preço para as empresas, na nossa visão fruto da competição que se estabeleceu no mercado: comparando os preços no primeiro semestre de 2022, em 15,8% ao ano, com os preços no primeiro semestre de 2024, em 12,4%, vemos uma queda de 34 bps”, compara Sancassani.
Já o Crédito com Garantia de Recebíveis de Cartões tem crescido com menos vigor, principalmente fruto das modalidades de crédito incentivadas pelo governo - como Fundo Garantidor para Investimentos, Linha de crédito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, Programa Emergencial de Acesso a Crédito na modalidade de garantia de recebíveis, entre outros -, que capturaram parte deste mercado.
“Com isso, estimamos aproximadamente 50% de recebíveis livres (isto é, que não são usados como garantia para operações de crédito) no mercado, o que mostra um potencial enorme para o negócio. Com o arrefecimento das taxas de juros, esperamos que o mercado “ocupe” parte destes recebíveis livres – já vemos as antecipações crescendo a mais de dois dígitos no primeiro tri de 2024”, projeta Sancassani.
Principal Registradora autorizada pelo Banco Central para recebíveis de cartões, a empresa detém, atualmente, 80% dos registros das operações de cartões, sendo mais de 90% na modalidade gravame.
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